Na população adulta, as remissões espontâneas são infrequentes, ocorrendo em menos de 10% dos casos. A apresentação clínica caracteriza-se comumente pela presença de petéquias, equimoses, sangramento nasal e na gengiva, e menorragia, sendo menos frequentes o sangramento do trato gastrointestinal e genital, e raramente há sangramento intracraniano.
A gravidade dos sintomas também está associada com a contagem de plaquetas, sendo maior quando em níveis abaixo de 10.000/mm³. Os pacientes assintomáticos e com contagem plaquetária acima de 30.000/mm³ tendem a seguir um curso clínico favorável, sendo o tratamento restrito aos poucos casos que evoluem para trombocitopenia grave ou com contagens persistentemente abaixo de 20.000/mm³.
Séries de casos de pacientes com PTI acompanhados ao longo de vários anos demonstram que a mortalidade relacionada à doença é baixa, aproximando-se daquela encontrada na população geral, ao passo que as complicações relacionadas ao tratamento não são desprezíveis. Tais dados sugerem que o tratamento deva ser reservado a pacientes com trombocitopenia grave e sintomática, uma vez que o risco de complicações deste decorrentes, como efeitos adversos, pode ser até maior do que o sangramento.
Não há cura para PTI e o tratamento é usado para aumentar a contagem de plaquetas para neutralizar os sintomas. Os tratamentos de primeira linha incluem Prednisona e Imunoglobulina intravenosa. Os tratamentos de segunda linha incluem Dexametasona, Azatioprina, Ciclofosfamida, Vincristina, Danazol, Dapsona, Rituximabe, Eltrombopag, Romiplostim, esplenectomia.
O ácido tranexâmico pode ser utilizado para extrações dentárias. Preparações hormonais e/ou ácido tranexâmico podem ser prescritos para mulheres com menstruações volumosas. As transfusões de plaquetas podem ser usadas para estancar o sangramento ativo ou durante a cirurgia, mas são ineficazes como tratamento para PTI, pois o sistema imunológico destrói as plaquetas transfundidas tão rapidamente quanto as plaquetas do próprio corpo.
O objetivo da terapia para PTI é reduzir o risco de sangramento clinicamente relevante. Assim, a necessidade de intervenção é guiada por sintomas de sangramento e contagem de plaquetas (inferior a 20.000/mm³). A escolha da terapia depende da rapidez com que a contagem de plaquetas precisa ser aumentada e dos diferentes perfis de toxicidade das terapias disponíveis.
Não há uma melhor maneira de tratar a PTI. Os tratamentos devem ser feitos sob medida para você, não para sua contagem de plaquetas. Se você estiver tendo apenas hematomas leves e petéquias (pequenos pontos vermelhos ou roxos), seu médico pode querer observá-lo apenas por algum tempo. Se seus sintomas forem mais graves, o hematologista pode recomendar um tratamento imediato para aumentar sua contagem de plaquetas.
É importante tanto você quanto seu médico pesarem cuidadosamente os riscos e benefícios potenciais ao tomarem uma decisão de tratamento. Como qualquer condição, a comunicação é a chave para o sucesso do tratamento.