Entre crianças e adolescentes, a apresentação clínica típica é a ocorrência de sangramentos em pacientes previamente saudáveis. Frequentemente, há histórico de processo infeccioso viral nas semanas anteriores ao início do quadro.
Os sangramentos incluem petéquias, equimoses, sangramento mucoso (gengival, nasal, do trato urinário e digestivo) e dependem das contagens de plaquetas, sendo mais comuns e clinicamente significativos quando estão abaixo de 20.000/mm³, mas sobretudo abaixo de 10.000/mm³. A ocorrência de sangramento intracraniano, complicação grave e potencialmente fatal, é muito rara em crianças, ocorrendo em cerca de 0,5% dos casos, em geral com plaquetas abaixo de 20.000/mm³.
Cerca de 70% das crianças acometidas apresentam a forma recentemente diagnosticada e autolimitada da doença, definida como a recuperação das contagens de plaquetas (acima de 150.000/mm³) em até seis meses, mesmo na ausência de tratamento específico. A terapia medicamentosa é direcionada para controle precoce dos sintomas e redução do risco de sangramentos graves, não afetando o prognóstico no longo prazo.
A PTI é uma das causas mais comuns de plaquetopenia em crianças, com uma incidência anual em torno de 4,1 a 9,5 casos por 100 mil crianças, com maior número de casos entre 1 e 5 anos de idade e leve predomínio no sexo masculino, enquanto a distribuição entre sexos é igual em adolescentes.
Como a PTI em crianças geralmente resolve por conta própria, o médico de seu filho (geralmente um pediatra), muitas vezes após consulta com um hematologista, pode não recomendar nenhum tratamento que não seja um exame de sangue semanal ou quinzenal para monitorar seu nível de plaquetas. Se o tratamento com medicamentos for recomendado para aumentar a contagem de plaquetas e reduzir ou parar o sangramento, há uma grande variedade de opções que seu médico pode usar para aumentar a contagem de plaquetas até que seu filho se recupere por conta própria.
Cerca de 80% das crianças diagnosticadas com PTI de forma precoce, quando ela ainda é aguda, conseguem se recuperar e entrar em remissão em poucas semanas ou meses. E, quanto menor a criança, maior a chance de uma recuperação rápida e remissão. Em adolescentes, a PTI ocorre de forma similar aos adultos; os sangramentos são mais presentes e podem durar meses, e é necessário fazer tratamentos para subir as plaquetas e parar com esses sangramentos. Mesmo assim, a taxa de recuperação e remissão da PTI em adolescentes também é alta.
O sucesso do tratamento em crianças e adolescentes depende da comunicação entre pediatra e hematologista, da adaptação da rotina diária para lidar com os sintomas e do uso correto dos medicamentos.